" A transformação de vidas através da Gestão de Pessoas e Desenvolvimento Humano."

13 de março de 2013

Inveja No Trabalho: Por que ele(a) e não eu?

Dos sete pecados capitais, certamente a inveja é um dos mais presentes no mundo corporativo. Em maior ou menor intensidade, de maneira explícita ou camuflada, a inveja permeia grande parte das relações de trabalho.


Uma das constantes razões dessa presença é a ênfase que a maioria das empresas costuma dar ao componente competitivo entre seus colaboradores, disseminando-o como algo "saudável". Aliás, esta é uma das muitas contradições desse universo capaz de fazer a alegria e o desespero de uma boa parcela de profissionais: de um lado, o discurso organizacional fala e cobra muito do seu pessoal a chamada integração ou espírito de equipe. Ao mesmo tempo, são praticadas políticas internas de premiação para "o melhor vendedor do mês", a "melhor equipe do ano em qualidade", o "setor campeão do semestre em redução de custos".- como se essas vitórias pudessem ser obtidas individual ou setorialmente, sem a contribuição - direta ou indireta - de todos os demais profissionais e departamentos da empresa.
É evidente que em toda empresa que estimula a competição interna - por mais saudável que se pretenda que seja esse processo -, precisa considerar que sua pirâmide organizacional, que representa seus níveis hierárquicos, tem, como em todo triângulo, muito menos espaço no seu topo que na sua base - o que significa que nem todos aqueles que lutam para chegar no alto encontrarão espaço para si - privilégio reservado para uns poucos, ainda mais agora que predomina no mercado de trabalho a tendência de enxugamento e redução das estruturas e dos níveis de comando. Nessa disputa pelo chamado "reconhecimento profissional", alguns indivíduos se destacam - e sempre que um desses destaques é anunciado, corre-se o risco de plantar a semente da inveja naqueles que foram preteridos. É comum que os preteridos sintam-se "roubados" ou rejeitados pelos dirigentes que detêm o poder de decisão. A inveja nas organizações é, de certa forma, uma reminiscência dessa "perda", dessa suposta preferência parental por outro.
O mercado de trabalho conseguiu dar uma conotação positiva à palavra "ambição", ao identificar assim aquela forte disposição do profissional de lutar pela sua evolução e realização. No entanto, parece-me mais difícil fazer a mesma transmutação para a palavra "inveja", uma vez que ela traz implícito um desejo revanchista de destruição ou de fracasso do invejado. A decisão de investir maior esforço em seu autodesenvolvimento, que pode ser desencadeada num profissional a partir de um episódio de "inveja", não acolhe essa terminologia. Talvez frustração, decepção ou insatisfação - nunca inveja .É a chamada "volta por cima", só conseguida por aqueles profissionais autoconfiantes, que têm consciência do seu talento e que sabem que, melhor que alimentar ressentimentos, é "arregaçar as mangas" e partir para luta da própria superação.

Fonte de Pesquisa: Floriano Serra.

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