" A transformação de vidas através da Gestão de Pessoas e Desenvolvimento Humano."

8 de julho de 2015

Ser humano ou ser profissional?

Às vezes defendo a indissociabilidade do ser humano na vida pessoal e profissional, embora existam limites para ambos. É difícil acreditar que alguém possa ser diferente utilizando-se do mesmo corpo e da mesma mente, repletos de vícios, hábitos e histórias.
É praticamente impossível separar os ambientes, assim como é no trabalho, é na vida pessoal. Ambos demandam por cobranças, responsabilidades, avaliações, objetivos, metas, problemas e conflitos de toda ordem, negociações o tempo todo.
Todos os dias, a despeito da infinidade de problemas que surgem com frequência em sua vida, o ser humano tende a vestir a máscara da hipocrisia ou aquilo que os psicólogos chamam de máscara social. Embora não seja tão feliz no trabalho quanto gostaria, é preciso fazer de conta que sim.
A mente humana não está preparada para ver apenas o lado bom das coisas nem para se render diante dos fatos que parecem óbvios, e para os quais se exige uma boa dose de humildade.
Por conta disso, a maioria sai de casa imaginando o que fazer para evitar encontros desagradáveis com o chefe ou para terminar aquele projeto que há mais de um mês foi solicitado ou ainda quando encontrar o colega com o qual não possui afinidade.
Se “somos aquilo que fazemos repetidamente”, a principal preocupação das pessoas é concentrar energia no sucesso e nos defeitos alheios, não importa o ambiente nem o quanto alguém trabalhou para chegar lá.
Por vezes, a capacidade de discernimento e a tendência ao pré-julgamento é o que prevalece e, na prática, as pessoas se tornam muito competitivas, o que as impede de reconhecer o esforço alheio.
O mundo espera muito de nós, portanto, é necessário manter-se fiel ao nosso elemento de vida, a verdade. Quando você se mantém fiel a si mesmo e a consciência está em sintonia com o seu coração, as decisões fluem com mais naturalidade e senso de justiça. Neste caso, não importa o campo de batalha.
Sabe-se que é difícil ser justo e manter a tranquilidade sob pressão, quando o emprego está em jogo, as contas estão vencidas e a família está desunida. Poucos foram educados para enfrentar as adversidades com equilíbrio e serenidade. É fácil dizer o que fazer, difícil é vestir a carapuça.
Não há como separar o lado humano do profissional. O que muda é a percepção do ambiente, a forma como abordamos determinados assuntos e o limite que tentamos impor a nós mesmos a fim de conservar o caráter e a reputação em ambientes distintos, mas complementares.
Os diferentes papeis que todos assumem na sociedade são representados por uma única pessoa. O equívoco da maioria está no fato de querer utilizar as mesmas competências para papeis distintos.
Depois de alguns anos (risos) de vida e muitas marteladas na cabeça, posso dizer que aprendi um bocado nesse mundo corporativo, motivo pelo qual divido com vocês algumas dicas que podem ajudá-lo a equilibrar os dois lados.
Leia e reflita. Leva tempo para descobrir o quanto somos ricos e de vez em quando é necessário resgatar de dentro da alma aquelas habilidades que nem sabemos que estavam lá adormecidas. É impossível ser feliz em tudo, mas é possível ver em tudo um pouquinho de felicidade.
  • Você conhece milhares de pessoas, mas conta nos dedos aqueles que pode chamar de amigos. Não existe esse negócio de amigos na vida pessoal e amigos no trabalho. Amigos são amigos e ponto final, no trabalho ou fora dele.
  •  O ser humano é indissociável, portanto, as emoções da relação pessoal e profissional estão intimamente ligadas; procure equilibrar os dois lados, ambos precisam de você.
  • Mais importante do que a pressão exercida no trabalho, acredite, existe vida fora dele. A família te espera em casa de braços abertos, desde que você adote na íntegra o conceito de família; para onde você corre quando perde o emprego?
  • Não seja prepotente nem deixe que a fama lhe suba à cabeça. Quanto maior o cargo, maior o tombo, mais difícil a recuperação. Poucos estão preparados para recomeçar a caminhada depois de perder o crachá, o plano de saúde, o vale-refeição e o sobrenome da empresa; no fim das contas, o que conta mesmo é o seu sobrenome de nascença.
  • Trate bem as pessoas, independentemente do nível hierárquico. Em cargos de liderança, se tiver que demitir alguém, seja direto, gentil e transparente, mas não tripudie, é um momento difícil para ambos, a menos que você seja desprovido de hormônios.
  • O mundo corporativo sobrevive sem você, portanto, não o carregue nas costas nem se deixe escravizar por uma quantia de dinheiro que nunca será suficiente para compensar o tempo e a saúde que você perde enquanto tenta provar para a família e o chefe o quanto você é capaz.
  • Relaxe e aproveite cada momento: pare de sofrer por coisas sobre as quais você não tem o menor controle, ou seja, pare de sofrer por antecedência; quem sofre antes do necessário sofre mais do que o necessário, já dizia Albert Ellis; entretanto, quando estiver a serviço de alguém, dê o melhor de si, seja leal, seja íntegro e aproveite cada momento para se aperfeiçoar.
Por fim, lembre-se: não se trata de fazer a família entender o quão importante o trabalho é para você, mas o quão importante você é para a família e para as empresas que confiam no seu trabalho.
Pense nisso, sofra menos, seja mais humano, mais ativo, constituinte e criador do mundo, seja bem mais feliz!

Fonte de Pesquisa: Jerônimo Mendes.

Nenhum comentário: