" A transformação de vidas através da Gestão de Pessoas e Desenvolvimento Humano."

5 de maio de 2015

A Geração X Está Chutando o balde


A geração X está cada vez mais vivendo paixões e menos ilusões. Talvez em momentos de crise como este, em que estamos vivendo, seja o momento “ideal” ou “momento gatilho” para a tomada de uma série de decisões profissionais, e “chutar o balde” tem sido avaliada com bastante carinho e atenção por esta geração.
Muitos profissionais por volta dos 35 anos, com uma carreira bem sucedida e vida estável, estão tomando a decisão de “chutar o balde”. Muitos estão dando adeus aos empregos e todos em sua volta ficam meio surpresos. Muitos casos me chamam a atenção. Existem pessoas que trabalham há mais de uma década em grandes empresas, são respeitadas e tem uma vida confortável. Mas encheu o saco. Resolvem estudar, voltarem para a cidade natal e abdicarem de grande parte do conforto em busca do que o faria feliz de verdade. Eles nunca mais fazem uma apresentação de power point na vida, usam o excel apenas para controlar os gastos mensais e esbanjam um brilho nos olhos toda vez que os reencontramos.
Fato é que histórias como essas têm sido cada vez mais comuns na geração X. Enquanto todos se preocupam com a urgência e ambição da Geração Y, a Geração X, imediatamente anterior, está repensando seus conceitos e valores. Fomos criados acreditando que uma vida feliz era falar línguas, fazer carreira, trabalhar a vida inteira numa ou duas grandes empresas, comprar o apartamento próprio, construir uma família para sempre e ir pra Disney (ou Paris) uma vez por ano. Uma vida estável e fixa, sem rompantes de aventura.
Acontece que grande parte da Geração X chegou aos 30, 40 anos e descobriu que para juntar meio milhão e dar entrada, com sorte, num apartamento modesto que irá pagar até seus 60 anos, o caminho é longo e o preço é alto, bem alto. Os poucos que conseguem, heroicamente, conquistar seus bens e sonhos sem a ajuda dos pais, estão exaustos. Olham em volta e mal têm tempo de curtir os filhos ou as férias exóticas que sonham (e têm dinheiro para tirar) para a Tailândia, Marrocos ou Havaí. Há também aqueles que ficaram tão ocupados em conquistar aquilo que lhes foi prometido que deixaram para “daqui a pouco” os filhos, os hobbies e a felicidade e perceberam, agora, que “desaprenderam a dividir”.
No meio disso, veio essa sedutora mobilidade contemporânea, mostrando a eles o que os pais ainda não podiam os ensinar, que é possível existir estando em qualquer lugar e que não é uma mesa de escritório ou um cartão de visitas que nos faz mais nobre, mas sim aquilo que de melhor podemos oferecer ao mundo. Só que descobrem isso depois de passarem grande parte da juventude preocupados em nos sustentar, serem bem sucedidos, conquistarem prestigio e reconhecimento. Para, enfim, ter a liberdade de chutar o balde e sair por aí…
Pesquisa: Fabiana Gabriel.

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