Algumas organizações adotam o termo "Recursos
Humanos" para identificar o departamento que lida com seus funcionários.
Outras, já adotam o termo "Gestão de Pessoal". Mas afinal, existe
diferença? Qual o mais adequado?
O termo "Recursos Humanos" é
tradicionalmente adotado para designar o departamento ou área responsável para
cuidar das questões relacionadas aos funcionários levando em conta os aspectos
contábeis (cálculo de folha de pagamento, férias, décimo terceiro etc) e
trabalhistas (admissões, demissões, questões sindicais etc). Limitando-se a
estes aspectos, percebemos que nesta concepção tradicional o objetivo deste
"Setor de Recursos Humanos" é o de gerenciamento do recurso de
produção chamado "ser humano". Mas surge uma questão: o ser humano é
um recurso de produção?
Para responder, devemos entender que recurso de
produção é um insumo (bem ou serviço) utilizado na produção de outro bem ou
serviço. Em geral este recurso é consumido, transformado ou incorporado ao
produto durante o processo de produção. Portanto, considerar ser humano como um
recurso de produção é o mesmo que considerá-lo como um insumo, sujeito a ser
consumido ou descartado durante ou após o processo produtivo. E apesar disto
não parecer muito agradável, é o que muitas empresas fazem. Portanto, a
resposta à pergunta anterior é "não"!
Mas se o ser humano não é um recurso produtivo,
então o que ele é no contexto organizacional? O mais adequado seria
considerá-lo como capital intelectual, ou seja, algo que traz valor à
organização e não, simplesmente, que se faz necessário como combustível para a
sobrevivência da organização. Os empresários japoneses já haviam tido esta nova
visão do funcionário desde a década de 50, e isto fez uma grande diferença para
conseguirem superar os EUA, no setor automobilístico, nas décadas seguintes.
Para saberem mais sobre este processo chamado "Kaizen", recomendo a
leitura do livro "A máquina que mudou o mundo" de James Womack. A
diferença de considerar o ser humano como capital intelectual, em comparação a
recurso de produção, é que o conceito de capital nos traz a ideia de algo que
deve ser valorizado, cuidado e aprimorado. Desta maneira, concluímos que o
termo "Recursos Humanos" (como "Departamento de Recursos
Humanos") não é o mais adequado a ser adotado.
O mais adequado seria a adoção do termo
"Pessoa" ou "Pessoal" (como "Departamento de Gestão de
Pessoas" ou "Departamento de Pessoal"), pois além das
responsabilidades contábeis e trabalhistas, uma organização também deve se
preocupar com a a motivação (plano de carreira, ganhos agregados etc) e o bem
estar dos funcionários (clima organizacional, segurança pessoal e de familiares
etc).
Neste departamento a atuação conjunta de
Administradores e Psicólogos é imprescindível pois ao Administrador cabe a
gestão dos aspectos burocráticos: plano de carreira, plano de cargos e
salários, aspectos trabalhistas e aos Psicólogos cabem as questões relacionadas
ao psicológico dos indivíduos.
Fonte: Jornal O Diário - Campos dos Goytacazes.
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