" A transformação de vidas através da Gestão de Pessoas e Desenvolvimento Humano."

13 de junho de 2013

A Diversidade Social no Mercado de Trabalho e nos Processos Seletivos.

A noção contemporânea de diversidade como um valor nas relações humanas é resultado da busca de oportunidades iguais e de respeito à dignidade de todas as pessoas. Assim, a diversidade representa um princípio básico de cidadania, que visa assegurar a cada um condições de pleno desenvolvimento de seus talentos e potencialidades. Ao mesmo tempo, a prática da diversidade representa a efetivação do direito à diferença, criando condições e ambiente sem que as pessoas possam agir em conformidade com seus valores individuais.
A valorização da diversidade e do pluralismo no mundo contemporâneo é decorrência do reconhecimento cada vez maior da democracia como fator essencial para o aprimoramento das sociedades e da busca de novos padrões de convivência assentados em relações socialmente mais justas.
Todos os segmentos de negócios sofrem, à sua maneira, os impactos da globalização e das mudanças culturais e demográficas das sociedades. Para muitas empresas, a adoção da diversidade na força de trabalho, além de ser um compromisso ético, tem se mostrado um caminho para a competitividade. Para tanto, elas têm investido em ações de atração, manutenção e incentivo a uma mão de obra cada vez mais diversificada. Tradicionalmente, essas ações estavam voltadas quase apenas para as questões de raça e gênero. Hoje, as empresas vêm ampliando sua definição de diversidade, passando a considerar questões como condição sócio econômica dos colaboradores, estilo de trabalho, idade, ascendência, nacionalidade, estado civil, orientação sexual, deficiência física ou mental e condições de saúde, entre outras diferenças. Também estão tornando-se mais inclusivas, criando ambientes de trabalho receptivos a trabalhadores tradicionalmente discriminados, estigmatizados ou marginalizados.
O sistema financeiro e as empresas em geral são peças importantes nesse processo, já que é no âmbito socio-político-econômico que se cria o sistema de valoração, no qual as pessoas são socialmente avaliadas. É nesta complexa trama das relações sociais que se constrói a identidade pessoal e social dos indivíduos. Desta forma, cada setor da sociedade tem uma contribuição a dar.
Em pleno século XXI, o que não faltam são discussões para efetivar a igualdade social e promover a aceitação das diferenças. Cada vez mais, observa-se minorias, como por exemplo os homossexuais assumindo sua identidade, buscando aceitação e igualdade em toda a sociedade, o que há algumas décadas não existia. E no mercado de trabalho, como eles são recebidos? Existe preconceito na hora de contratar um candidato homossexual? E os profissionais, o que eles acham disso?
Uma pesquisa realizada mostra que ainda existe preconceito na hora de contratar um homossexual. Dos 400 entrevistados – homossexuais ou não – 54% acreditam que o preconceito existe apesar de não ser assumido. Há também os que afirmam que o preconceito ainda exista, mas que vem diminuindo com o passar dos anos (21%) e aqueles que digam que a discriminação depende do tipo de área e vaga desejada (22%); apenas 3% pensam que esse problema não exista mais. Quando consultadas sobre o assunto, as 30 empresas – de médio e grande portes – que participaram da pesquisa de maneira anônima, afirmam que a escolha ou não de um homossexual para ocupar um cargo depende da posição e da área para as quais o candidato se inscreve (38%). Para 31%, o preconceito é velado, isto é, ele existe, mas não é assumido; já 25% pensam que a discriminação existe, mas menos constante do que há alguns anos e os 6% restantes dizem que não existe preconceito dentro das empresas.
São muitos os casos de candidatos homossexuais qualificados que acabam não sendo contratados sem motivo aparente. É claro que a justificativa da recusa nunca se refere à orientação sexual, mas para quem já sofre esse tipo de preconceito, os motivos são claros. A Constituição Federal Brasileira veta qualquer tipo de discriminação, distinção ou conduta que viole a privacidade ou dignidade da pessoa. Sendo assim, se o candidato julgar que existe a prática de qualquer conduta discriminatória em relação a sua orientação sexual é importante procurar um advogado que poderá orientá-lo sobre as providências que devem ser tomadas.
A orientação sexual do candidato não deve ser levada em conta no momento da entrevista, bem como outros aspectos de sua vida pessoal. Em países como os Estados Unidos, por exemplo, fazer qualquer tipo de pergunta que não seja de cunho profissional no momento da entrevista, como perguntar a idade, o estado civil, se a pessoa tem filhos, etc., é proibido por lei. O que é de fato relevante na contratação são suas competências, não o que ele faz nas horas vagas ou com quem se relaciona. Será que o Brasil chega lá?
Praticar e valorizar a diversidade são ações que se traduzem no combate ao preconceito e à discriminação. Entretanto, se é fácil encontrar no senso comum a aceitação da premissa de que o preconceito deve ser combatido, é complexo converter essa proposição em mudanças efetivas de culturas, comportamentos, hábitos e rotinas.
A sociedade brasileira está se esforçando para construir um contexto que reconheça, respeite e acolha com dignidade a diversidade que a constitui. Este processo é complexo e demorado, pois implica na mudança do pensar social, das atitudes sociais e na inserção de adaptações objetivas que atendam as necessidades específicas e peculiares de todos.
 Fontes de Pesquisa: Renato Grinberg, Fenabran e Instituto Ethos.

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