Aumento da produtividade, retenção de talentos e
competitividade são assuntos cada vez mais abordados nos corredores e nas salas
de reuniões das empresas. Diante disso, as organizações devem olhar para dentro
e questionar: Estamos oferecendo o suporte adequado para que os colaboradores
usem suas competências de forma inteligente e queiram permanecer na empresa?
No Brasil, a resposta positiva para essa questão
ainda parece distante. Segundo pesquisa do Hay Group com dados de 600 mil
respondentes, mais da metade dos trabalhadores - 51% dos entrevistados - dizem
que não há pessoas suficientes em suas áreas para desempenhar o trabalho
esperado. Atrelado a isso, o número de pessoas que deseja deixar sua
organização em até 24 meses aumenta 2% a cada ano.
Por outro lado, as empresas que são percebidas como
provedoras de suporte adequado, auxiliando os empregados a utilizarem suas
competências de forma inteligente e com trabalhos desafiadores, fazem com que a
intenção de deixar a organização seja três vezes menor.
Dentro desse desafio, é preciso pensar também na
percepção dos funcionários quando o assunto é equilíbrio entre vida
profissional e pessoal. A forma com que a produtividade foi alcançada nas
últimas décadas levou à retomada dessa discussão. A preocupação com a qualidade
de vida no trabalho por parte dos colaboradores tem crescido globalmente e, no
Brasil, 36% dos trabalhadores ainda não percebe equilíbrio entre vida
profissional e pessoal.
Para reverter esse quadro e assim conquistar maior
rentabilidade, as organizações precisam abrir espaços para discutir o tema e
entender que esse equilíbrio exige gerenciamento de fatores físicos,
tecnológicos, sociais e psicológicos que afetam a cultura e renovam
positivamente o clima organizacional da empresa.
O ponto de partida é reconhecer a produtividade
como um processo intrinsecamente humano que vai além de boa produção, eficácia
industrial ou de um serviço prestado. Uma empresa que produz mais é aquela que
respeita, engaja e desenvolve pessoas para que sejam produtivas em qualquer
aspecto de suas vidas. Se as expectativas e as necessidades das pessoas mudam,
é preciso entender que as técnicas e a maneira de gestão também devem mudar.
É importante ressaltar que opções como academias
dentro do ambiente de trabalho, lanches e bebidas disponíveis a todo o momento,
home office e horários flexíveis não serão suficientes para alcançar esse
equilíbrio, dado que o tempo de trabalho é finito e as demandas não são
suscetíveis a redução em um curto espaço de tempo. Ações consideradas mais
simples, como o fato de ter recursos adequados ao trabalho, autonomia para
exercer determinadas decisões e treinamentos coerentes com o desenvolvimento de
novas competências são mais eficientes, porém, raras. Preparar gestores para
discutir assuntos relativos ao desenvolvimento profissional, ouvir ideias e
ajudar a colocá-las em prática são e serão desafios constantes.
Dessa forma, as organizações precisam capacitar
seus líderes para:
→ Lidar com as constantes mudanças e conflitos de
gerações;
→ Ouvir melhor as pessoas e tratá-las com respeito;
→ Saber engajar e levar a aspiração da empresa para
as equipes;
→ Oferecer uma comunicação de qualidade, sendo
claro e transparente em seus posicionamentos;
→ Saber que é ele o primeiro a buscar equilíbrio
entre vida profissional e pessoal;
→ Fornecer orientação clara sobre as prioridades
organizacionais que ajudem os colaboradores a se concentrar nas tarefas de
maior valor;
→ Implementar políticas e práticas eficientes para
que as tarefas sejam distribuídas de forma clara e justa;
→ Incentivar o trabalho em equipe;
→ Envolver as pessoas nos processos de inovação,
decisão e soluções de problemas;
→ Apoiar as oportunidades de treinamento,
desenvolvimento e capacitação para garantir que os profissionais de todos os
níveis tenham habilidade e poder de decisão;
→ Fornecer recursos adequados para que o trabalho
possa ser realizado de forma rápida e eficiente.
Mais do que nunca, os profissionais estão assumindo
o que querem de sua carreira profissional determinando em que tipo de empresa
ou que tipo de trabalho quer executar. As empresas precisam evoluir em ações
que sustentem a imagem corporativa, como mapear e cultivar o engajamento em
seus profissionais, gerenciando as expectativas das pessoas de maneira
diferenciada.
Fonte de Pesquisa: Elton Moraes.
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