Professores do ensino público e privado são reféns
da violência que toma conta da sala de aula. Os professores são reféns dos atos
de desumanidade dos alunos, agressões verbais e se tem cada vez mais notícias
de agressões físicas em alguma unidade
escolar. Ser professor tem se tornando um misto de profissão de risco e
insistência masoquista. Quase um ato suicida. Do pior tipo. Do tipo que, aos
poucos, lentamente, envenena o corpo e mata a alma. O corpo físico do docente
vai morrendo aos pouco, não é bom nem falar das mazelas que são acometidos a
maioria dos professores. Poderia falar das muitas estatísticas que apontam o
alarmante número de professores doentes no Brasil. Mas por acaso alguém se
alarma com isso? Quando ouve ou ler sobre casos de educadores com sérios
problemas de saúde de ordem neuro/físico/emocional/psicológicas, em decorrência
das péssimas condições de nosso trabalho, da violência sofrida por alunos,
gestores e pelos pais dos alunos muitas vezes.
O salário indigno e o desrespeito de todos já é uma
grande violência, mas somam-se tantas formas de violência, fazendo o educador carregar
um fardo muito pesado.
A sala de aula se tornou um campo minado para o
professor de um lado está os alunos que em sua grande maioria vêem o professor
como indivíduo que não merece seu respeito e fazem de tudo para afrontá-lo
buscando se impor pela tirania. Aos professores que aceitam esta conjuntura
dialética e humilhante, dá-se o antigo preceito da suserania/vassalagem; aos
que não aceitam, resta o embate, sempre desgastante, quando não perigoso. Por
falar em embate, a escola tornou-se, com raras exceções, um local de batalhas,
onde o professor está acuado sobre campo minado e desarmado, do outro lado,
entrincheirados estão os alunos e na retaguarda na defesa destes alunos estão
gestores e corpo técnico. Literalmente falando. Ensinar nunca foi tão perigoso.
Somamos a tudo dito acima, o ensinar a quem simplesmente, não quer aprender e
algo tão louco quanto lutar contra moinhos de ventos. E muitos não o querem não
por desvio de caráter ou por indolência íntima, mas porque foram ensinados que
não precisam estudar para vencer na vida. Ao professor, esse que abraçou a
educação lhes atribuiu vários clichês como “sacerdote”, “missionário”, “profissional
que veste a camisa”e “tiozinho”. Além das múltiplas funções que querem atribuir
ao professor, tais como: pai, mãe, irmão, psicólogo, guia espiritual e médico.
Chegamos ao absurdo de começar a admitir o conceito da “agressividade
aceitavelmente permitida”, já que todos que estão a frente da escolar, não se
cansam de nos lembrar que temos muito a perder, o aluno não, a este tudo é
permitido. Os palavrões, os desacatos, os desrespeitos em sala de aula, nos
corredores, nos pátios, nas áreas livres; as ameaças, veladas ou não, dirigidas
aos professores que eles consideram chatos, tornam-se a cada dia fatos comum,
“naturais e perfeitamente aceitáveis” a desumanidade dos alunos sobre
professores, portanto, deve ser por todos aceito. Tem se tornado o professor um
refém do medo dentro de seu local de trabalho. Todos os dias com medo entramos
em nossas escolas, com medo nos sentimos, ao sair delas, um vergonhoso e
inaceitável sentimento de alívio nos toma conta do espírito.
....Particularmente, não aceito de forma alguma “piti”
de aluno em sala de aula. As “patricinhas” e os
“mauricinhos” comigo não tem vez. Como professor, sou amigo, psicólogo,
médico, conselheiro, etc. Se estão na MINHA sala de aula, devem me respeitar e
ponto final. Querem comprar diploma? Assim façam se desejarem, mas na MINHA
sala de aula e principalmente nas aplicações das avaliações, se querem colar,
ótimo mas arquem com as consequências. Afinal faço parte de um processo de
formação acadêmica onde profissionais éticos irão brevemente para o mercado de
trabalho e não de um processo onde ao final dos estudos irão tirar fotos
bonitas, postar no face e continuarão com a mentalidade de “eu tudo posso”....Se
não aprender com os docentes, a vida ensina da forma mais dolorosa....nem que
seja como o envelhecimento fisiológico e natural....e nesse ponto verão o que
eu já sei hoje....”eu sou um nada!!”
Fonte de Pesquisa: Latus Cultus.
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