A terceirização de serviços é um fato cada vez mais
presente no dia a dia das organizações brasileiras (consideramos como
organizações brasileiras todas aquelas que atuam no país independentemente da
origem de seu capital) e, diferentes tipos contratação para diferentes tipos de
serviço, com diferentes impactos no resultado das empresas, geralmente são
tratados de formas semelhantes que enfatizam apenas aspectos econômicos e
jurídicos.
Entretanto, tão importante quanto ter sistemáticas
adequadas de contratação de serviços é garantir o gerenciamento adequado dos
recursos humanos envolvidos. Ambos são fundamentais para apoiar o
desenvolvimento do mercado de trabalho, para a garantia do crescimento
tecnológico no mercado industrial brasileiro e para o aumento do grau de
competitividade das organizações.
Os problemas de implicação jurídica e os impactos
econômicos têm tomado tanto a atenção dos executivos quando se trata de
terceirização de serviços que o lado humano do processo fica relegado a um
plano inferior. Isso pode ser observado pela participação cada vez maior de
advogados, gestores de contratos e economistas nos processos de terceirização
de serviços sem a correspondente participação do gestor de recursos humanos
(RH).
O profissional de RH deve cuidar apenas dos
talentos internos da empresa. Como, com a terceirização os quadros próprios
tendem a diminuir o profissional de RH vem assistindo a uma redução cada vez
maior de seu campo de atuação. “Esta abordagem tradicional, entretanto, esta
cada vez mais distante da realidade do atual universo organizacional. Os
processos de terceirização e o crescimento da tecnologia de informação,
ajudaram na criação de uma nova arquitetura organizacional formada por
parcerias e alianças que compõem uma verdadeira rede de organizações onde as
conexões entre as empresas e o fluxo das informações inter e intra-empresarial
têm cada vez mais importância na definição dos limites das empresas enquanto
que as fronteiras físicas e contratuais que tradicionalmente definiam estes
limites ficam cada vez mais difusas.
No meio desta rede onde informações estratégicas
trafegam entre profissionais formalmente ligados a diferentes empresas. Quem
são, efetivamente, seus talentos internos? Aqueles que têm um contrato formal
de trabalho com sua empresa ou aqueles que desempenham atividades fundamentais
para seu sucesso estratégico e para o desenvolvimento de inovações que
garantirão o seu futuro, independente de seu vínculo contratual? Será que ainda
existem diferenças contratuais entre talentos internos e talentos externos? A
verdade é que terceirizar serviços envolve gente. Gente de todos os lados. E,
gente é o elemento de trabalho do gestor de RH. Gente é seu foco! Esta
constatação levará o gestor de RH a uma posição estratégica nos processo de
terceirização das empresas de sucesso. Porém, neste mundo globalizado, de
controle de custos e que busca resultados imediatos, o caminho que levará o
empresário do atual foco no binômio custos/aspectos jurídicos para o foco em
pessoas, não virá facilmente. Essa mudança de foco deverá passar por um árduo
engajamento do gestor de RH na busca por seu espaço dentro deste novo processo,
mostrando que uma estratégia duradoura, tem que contar com o comprometimento de
todos os profissionais envolvidos. Dificilmente se encontra na literatura que
trata da terceirização ou mesmo na literatura dirigida ao profissional de RH,
sua inclusão como gestor e estrategista nos processo de terceirização.
Entendemos que, para esta nova função, o gestor de RH deve ter uma visão geral
de todas as etapas do processo de terceirização de serviços e de suas
implicações. Assim, a discussão dos processos utilizados pelas organizações atuantes
do Brasil e analisar a relação entre terceirização e comprometimento
organizacional.
Fonte de Pesquisa: Hayrton Rodrigues do Prado Filho.
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