Assustados,
confusos, indecisos. É assim que muitos jovens se sentem na hora de escolher
sua profissão, às vésperas das inscrições para os vestibulares. Aquela certeza
desde pequeno do que se vai ser quando crescer não rolou. Surge o medo de não
dar certo. E a angústia aperta mais diante do variado leque de alternativas de
curso superior. São mais de 150 e, a cada dia, surgem novas opções de carreiras
e de oportunidades de trabalho. O que fazer? Esse turbilhão de dúvidas não deve
ser encarado como um problema grave. Especialistas garantem que a insegurança
diante da escolha profissional é um sintoma saudável e produtivo. Com vários
caminhos abertos à sua frente, o indeciso tem maiores chances de escolher
melhor do que quem apoia sua certeza em fantasias. Por isso, recomenda-se que
essa fase da vida seja enfrentada com tranquilidade pelos jovens e sua família.
Afinal, toda decisão pressupõe incertezas e uma dose de risco. E esse é o
primeiro grande desafio do jovem diante do novo e do desconhecido.
Uma forma
de diminuir a pressão é saber que essa escolha profissional não é
necessariamente definitiva. Novos caminhos vão surgir durante a faculdade, o
mercado de trabalho pode exigir adaptações ou uma grande guinada na carreira. É
comum encontrar engenheiros trabalhando na área de finanças, arquitetos se dedicando
à área comercial, economistas cuidando de marketing. A mudança não significa
fracasso nem frustração, mas sim a aceitação de desafios que a vida vai
trazendo. Escolher uma profissão representa esboçar um projeto de vida,
questionar valores, as habilidades, o que se gosta de fazer, a qualidade de
vida que se pretende ter. E esse momento de reflexão pode render bem mais
quando é compartilhado com a família. Mas, por excesso de liberalismo, muitos
pais se omitem com a desculpa de não querer interferir na vida dos filhos.
Um passo
importante para o jovem indeciso é investigar, reunindo informações sobre as
profissões e cursos oferecidos pelas faculdades. Há ainda a opção de buscar
apoio em empresas de orientação vocacional. As transformações econômicas que
atingiram o mundo de forma global impulsionaram novas e promissoras carreiras.
São as profissões que envolvem inovações tecnológicas e áreas de inteligência e
conhecimento. As carreiras tradicionais, como medicina, direito, engenharia,
letras e administração, ainda são as mais procuradas nos vestibulares. Elas se
renovaram e ganharam áreas de atuação que prometem sucesso e bons rendimentos,
como o campo de biotecnologia para os advogados e o de meio ambiente para
engenheiros. É bom também ficar antenado com o crescimento dos setores de
serviços, lazer e entretenimento, meio ambiente e projetos sociais. Eles
abriram oportunidades atraentes de trabalho para os profissionais com formação
em biologia e educação física, que andavam em baixa, e valorizaram cursos que
antes eram considerados de segunda linha, como relações internacionais, turismo
e hotelaria.
Em meio a
tantas opções, o estudante deve ficar atento a algumas armadilhas. A primeira
delas é acreditar que cursar uma boa faculdade vai livrá-lo do desemprego e
assegurar o sucesso profissional. Uma boa escola pode até abrir portas no
início da carreira, mas vale lembrar que existem muitos profissionais em altos
cargos nas empresas que não vieram de cursos de primeira linha. Para os
especialistas em recursos humanos, o sucesso numa profissão depende de 30% de
conhecimento e 70% de atitude.
Fonte de Pesquisa: Revista Veja.
Contribuição: Joyce Lobo.