Acordar cedo, trabalhar, se alimentar bem, ler o
jornal do dia, planejar as férias, ir à academia, enviar SMS romântico para a
namorada, contratar uma nova faxineira, folhear a revista da semana, responder
os e-mails pessoais, arrumar a luz de ré do carro, acessar o blog, me lembrar
da postura, ligar para o eletricista, tomar uma taça de vinho por dia, dar uma
olhada no Face, cancelar o cartão de crédito que você não pediu, comprar o
presente da Renata, fazer dieta, ficar por dentro das notícias, estudar Inglês.
Ufa!
Neste cenário de manifestações coletivas e
individuais, quero manifestar pelo direito de não fazer nada. Não. Não quero
largar o emprego, fazer a barba e viajar pelo mundo sem destino. Só quero o
direito de não fazer nada e não me sentir culpado. Não achar que ir pra casa
direto do trabalho sem passar no supermercado é um crime. Que ficar um tempo
sem me dedicar a uma especialização vai me deixar menos inteligente. Assistir
aquele reality show na TV vai me transformar em uma pessoa fútil. Ficar
off-line por mais de um dia vai me deixar de fora das coisas que acontecem no
mundo.
Quero poder esquecer o telefone em casa e não
sentir que me falta um braço. Comer um pacote de biscoito de bacon com a mesma
satisfação e orgulho com que como um prato de salada. Usar havaiana com jeans
porque eu gosto e não porque é tendência.
Como era bom quando eu não sabia o que era caloria.
Quando receber um e-mail era tão bom quanto receber uma carta hoje em dia. O
mais próximo que sabia de Inglês era uma paródia da música Baby Can I Hold U de
Tracy Chapman -http://www.youtube.com/watch?v=O1SZYYsFYIg
Ficar acomodado ainda era algo bom. A única aeróbica
que conhecia era a do Faustão (detalhe: hoje odeio esse programa), que de
academia só tinha as camisetas.
Mas sem crise, saudosismo ou repúdio a evolução.
Pelo contrário. Adoro tudo que é novo. A agilidade, a conectividade, a
tecnologia, o acesso. Ainda quero trabalhar dez horas por dia, ficar magro,
programar uma graduação, me conectar a uma nova mídia social, fazer networking,
estudar Francês e aprender a fazer sushi. Mas também quero poder ter o direito
de não fazer nada, de vez em quando. Será que consigo? Acho que não.....Mas
seria ótimo.
Fonte de Pesquisa: RH Portal.
Fonte de Pesquisa: RH Portal.
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