Trabalhar
é condição essencial, não somente pela manutenção financeira, mas pela
dignificação da vida. Trabalhar se constitui numa parte importante da vida. E
vai além do ganha-pão. É uma realização pessoal, com sentir-se útil e encontrar
sentido para os dias. A importância do trabalho na vida do ser humano vai muito
além do fato de que, através dele, satisfazemos nossas necessidades básicas. O
trabalho, por si só, é revelador da nossa humanidade, uma vez que possibilita
ação transformadora sobre a natureza e si mesmo. Além disso, a nossa capacidade
inventiva e criadora é exteriorizada através do ofício que realizamos.
De
outro lado, o fato de não trabalhar pode ter consequências negativas, que
afetam diretamente a personalidade. Em razão da centralidade que o trabalho
ocupa em nossas vidas, é que podemos compreender as consequências negativas do
não-trabalho, da inatividade. Um sujeito sem trabalho é impedido de se realizar
como homem e cidadão, o que afeta diretamente sua dignidade.
Ter
um ofício é primordial na vida do ser humano. Durante a própria evolução, cada
indivíduo veio desempenhando um papel, o que não é diferente nos dias de hoje. O
trabalho é um meio inexorável da existência humana e constituinte da identidade
do sujeito. Isto significa que cada um se torna o que é por meio do ofício que
executa. Através do trabalho as pessoas podem imprimir sua marca, o seu
registro. Isto tanto é verdadeiro que quando não conhecemos uma pessoa e,
então, perguntamos “quem é fulano?”, a resposta sempre estará relacionada a
função executada no mundo do trabalho: “ele é professor da escola x, ele é vendedor
da empresa y, é médico”, e assim por diante.
Gostar
do que faz:
Tão
importante quando desempenhar o seu ofício é gostar do que se faz. Quem realiza
o seu trabalho sem estar contente com o que executa, certamente não terá
empenho e sua produção será menor, além da propensão ao desenvolvimento da
depressão. Trabalhar sem sentir prazer é sinônimo de sofrimento e de
adoecimento. Um trabalho que não for considerado gerador de bem-estar trará
mais prejuízos do que benefícios. Não é possível que um trabalho, ao causar
sofrimento, cumpra a sua função de dignificar o homem. A gênese do sofrimento
pelo trabalho está, por exemplo, relacionada a fatores como conflitos
constantes entre líderes e liderados, ausência de espaço para discussão,
expressão e resolução de problemas e/ou fragmentação e inserção muito limitada
das tarefas no processo produtivo.
Bem-estar
no trabalho:
A
sensação de bem-estar no trabalho está ligada diretamente a características
como: trabalho estimulante e desafiador, possibilidade de crescimento na
carreira, aprendizado e desenvolvimento, ter um bom chefe, clima organizacional
positivo, remuneração e benefícios justos, entre outros. Por isso, tão
importante quanto gostar do que se faz é desempenhar esta função num local que
ofereça as condições necessárias. Durante mais de 50 anos, os pesquisadores
estudaram os fatores que satisfazem, motivam ou envolvem os seus funcionários
talentosos. Abrahm Maslow, por exemplo, identificou as necessidades básicas de
sobrevivência e descobriu que, quando essas necessidades eram satisfeitas, as
pessoas se concentravam nas necessidades sociais e na auto-realização do
trabalho. Frederick Herzberg identificou os ‘fatores de higiene’ como o ambiente
de trabalho, salário e benefícios decentes como possíveis motivos de
insatisfação, quando são inadequados, mas eles não são necessariamente
motivadores. Se as pessoas não forem desafiadas no trabalho ou não estiverem
progredindo, ou ainda, se não se dão bem com o gestor imediato, o salário
provavelmente não os reterá por muito tempo.
Fonte de Pesquisa: Glenda Mendes.
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