Assim
são os profissionais da chamada geração Y. Eles desafiam -- mais do que nunca
-- as regras de atração e retenção de talentos nas grandes empresas
Acompanhe
a descrição das trajetórias profissionais de três jovens executivos, todos eles
parte de uma geração que representa hoje o futuro de qualquer empresa:
* O
paulista Diego Micheletti, de 27 anos, sempre teve pressa de acumular
experiências profissionais. Durante a faculdade de administração, estagiou em
três empresas diferentes: Santander, Danone e Microsoft. Depois de formado,
conseguiu uma vaga de trainee na operadora de telefonia celular Vivo. Assim que
acabou o programa, Micheletti se tornou um dos coordenadores de marketing da
empresa. Apesar da rápida ascensão, ele decidiu mudar mais uma vez. Voltou para
a Microsoft, atraído por uma promoção a gerente e pela possibilidade de
participar do treinamento especial oferecido ao chamado "pelotão da
elite" da empresa, um grupo de 1 000 jovens talentos distribuídos pelo
mundo (o time brasileiro tem dez representantes).
* Em
2005, após concluir um concorrido programa de trainee em uma das maiores
empresas do país, a engenheira paulistana Paula Bojikian, de 26 anos, abriu mão
do emprego que lhe foi oferecido. "Percebi que ali eu seria mais uma na
multidão", diz ela, que prefere não revelar o nome da antiga empregadora.
Desde maio de 2007, Paula é analista da Integration, consultoria de gestão de
negócios com escritórios no Brasil, na Argentina, no Chile e no México.
* O
engenheiro paulista Roberto Nakahara tem apenas seis anos de carreira. Apesar
disso, já trocou de emprego três vezes. Aos 28 anos de idade, passou pela
Unilever, Kraft Foods e Colgate-Palmolive. Há seis meses, tornou-se gerente de
produto da subsidiária brasileira do Galderma, laboratório farmacêutico
especializado em produtos dermatológicos. As mudanças aceleradas lhe
garantiram, até agora, uma média de permanência de apenas 18 meses em cada
posição.
Micheletti,
Paula e Nakahara são típicos representantes da mais nova geração de
profissionais que está chegando aos primeiros cargos de gerência de grandes
empresas. É um grupo conhecido como geração Y, formado por jovens entre 18 e 30
anos. Eles são menos pacientes, menos fiéis e não se importam com certos
protocolos da hierarquia. Cresceram conectados à internet. Filhos de pais
dedicados à carreira e culpados pela pouca dedicação à família, acostumaram-se
a ter respostas rápidas. E usam a mesma informalidade das conversas por e-mails
no contato com o chefe imediato ou o presidente da empresa. Essa geração também
leva às últimas conseqüências o princípio de que só vale a pena trabalhar em
uma companhia se (e enquanto) ela for útil para a construção rápida de sua
carreira.
Lidar
com as características à primeira vista intratáveis dessa nova geração é um dos
grandes desafios para empresas de todos os setores, em todos os lugares do
mundo. "Hoje as companhias têm de renovar os vínculos com o pessoal, mas a
tarefa é mais complicada quando se trata dos jovens da geração Y", diz
Renato Guimarães Ferreira, professor da Fundação Getulio Vargas de São Paulo,
especialista em recursos humanos. As primeiras reações começam a ser
articuladas -- desde planos de aceleração de carreira até novos incentivos para
a permanência dos participantes em programas de trainees. "Mas, no geral,
as empresas ainda estão tentando entender as características desses
jovens", diz Sofia Esteves, sócia e fundadora da Companhia de Talentos,
consultoria que coordena programas de trainees de empresas como Ambev e Arcelor
Mittal.
Fonte de Pesquisa: portalexame.abril.com.br
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