Este
artigo fala sobre os cuidados e as consequências de manter um colaborador
conectado fora do seu expediente.
As
mudanças ocorrem a todo instante. Cego é aquele que insiste em não vê-las. No
trabalho, não poderia ser diferente: elas também estão lá.
Um
dos paradigmas que vem sendo mudado ao longo do tempo é o que se refere ao
local de trabalho. Anteriormente, o único local para se trabalhar era na
empresa. Quase a totalidade dos funcionários, deveria comparecer à empresa para
marcar o ponto, mesmo que isso fosse atrapalhar toda a sua rotina de
atividades, caso eles trabalhassem externamente. Era a era do controle rígido.
Com
o passar do tempo, os gestores perceberam que o controle dos empregados era
importante, mas que mais importante do que controlar era pensar em
oportunidades de aumentar a produtividade, com redução de custos e com aumento
do bem-estar dos envolvidos. Encontrar bons resultados para essa equação
parecia difícil. Mas não era.
Várias
opções foram surgindo. Entre elas, a possibilidade de realizar atividades em
casa. Era a era do home Office. Uma ideia simples e eficiente. Trabalhando em
casa, o colaborador fica livre do trânsito caótico e de todos os problemas
decorrentes dos deslocamentos, está mais perto da família, foca na
produtividade, economiza tempo com as conversas informais com os colegas,
apresenta melhoria da qualidade de vida, poder de decisão para escolher melhor
horário para desenvolver suas atividades, maior e melhor administração do tempo
livre, maior autonomia e independência na realização das tarefas, maior
administração das pressões, menores custos com transporte, alimentação e
vestuário entre outras.
Para
a empresa também é bom porque gera economia em vários aspectos: na redução das
despesas com pessoal e com equipamentos, através de uma atuação em mercado
global, devido à oportunidade de a empresa trabalhar vinte quatro horas, com a
diminuição do absenteísmo, através do retorno mais rápido após licenças médicas
e menos conflitos interpessoais. Além do mais, é uma forma de reter e atrair
talentos devido a essa nova política de trabalho.
No
embalo destes benefícios, alguns gestores, adeptos da Lei de Gerson, pensavam
erroneamente, em deixar os seus colaboradores trabalhando exclusivamente em casa.
Com este procedimento, acreditavam que estariam livres da legislação
trabalhista.
Como
as mudanças continuam, o home office também mudou, evoluiu. Hoje não é só
possível trabalhar em casa. Hoje é possível trabalhar em qualquer lugar. É a
era do trabalho remoto, também conhecido como telecomuting ou como
teletrabalho. Com a ajuda da tecnologia, nem mesmo o céu é o limite. Até mesmo
alguns governos já estão adotando o trabalho remoto. O dos Estados Unidos, por
exemplo, saiu na frente de suas empresas, usando esse sistema. Nele, os
serviços são gerados e transmitidos através da web.
Algumas
empresas já começam a utilizar exclusivamente o teletrabalho. E como ficam os
seus colaboradores no tocante aos direitos trabalhistas? No Brasil, ainda não
existia legislação específica. Então, algumas empresas, para evitar
complicações futuras, devido principalmente à dificuldade de calcular as horas
extras, evitavam esse sistema.
Entretanto,
a Lei 12.551, sancionada em dezembro de 2011, alterou o artigo sexto da CLT. A
partir de então, os efeitos jurídicos dos colaboradores, independentemente do
local de trabalho (presencial ou remoto) estão equiparados.
Se,
por um lado, representa uma evolução, já que ajusta a legislação ao uso da
tecnologia, no outro requer mais atenção dos gestores, que devem ficar atentos.
A partir da sanção, permitir que o subordinado envie torpedos, faça ligações
telefônicas, escreva e-mail, ou qualquer outro meio de contato fora do horário
e local de trabalho, pode ser considerada forma de subordinação ao empregador.
Especialistas
alertam para o fato de que ainda não existem ferramentas para mensurar o tempo
dispendido para a realização de determinada tarefa. Portanto, as empresas terão
dificuldades para fazer o controle dos colaboradores que utilizam de celular,
e-mail ou outros meios de comunicação eletrônica fora da sua jornada de
trabalho. Assim, a recomendação é que os contatos fora do expediente, do gestor
para o liderado e vice-versa, devem ser eliminados.
O
lado bom é que os trabalhadores (gestores e liderados) serão obrigados a
adequar os seus horários a essa nova realidade e assim, talvez, com mais tempo
livre, aumentar a sua qualidade de vida.
Fonte de Pesquisa: Odilon
Medeiros.
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