Quem
vê a alegria dos foliões num carnaval, seja numa escola de samba, seja num trio
elétrico, não imagina a estrutura organizacional que existe por trás da festa
popular. Aliás, o carnaval deixou de ser há muito tempo apenas uma inocente
manifestação cultural para se tornar cada vez mais uma atividade
profissionalizada que, como tal, tem muito a ensinar às organizações
tradicionais.
Que
empresa não gostaria de ter pessoas envolvidas, altamente motivadas, com
criatividade e forte espírito de equipe? As organizações do carnaval têm estes
elementos com muita naturalidade e sem gastar milhões em programa de
treinamento, recompensas e benefícios. Mas qual o segredo? "O que ocorre é
a aliança entre duas coisas, que no fundo toda a empresa busca, que é a aliança
entre o dever e o prazer, a escola
de samba consegue coisas fantásticas que acredito que sejam dignas de serem
observadas"
O
primeiro ponto é, sem dúvida, a motivação das pessoas envolvidas com uma Escola
de Samba. O que faz um sambista, depois de trabalhar o dia inteiro, chegar à
quadra da escola e ensaiar a letra por horas a fio com todo entusiasmo? Isto só
pode ser entendido a partir de uma enorme paixão
pela bandeira da escola.
O
que as empresas precisam é mostrar o quanto é prazeroso para o colaborador
estar naquele lugar, o quando é benéfico para ele ter um emprego, ter uma área
para trabalhar, um projeto para desenvolver, e fazer com que ele se torne parte
integrante do projeto final da empresa, que é a sucesso.
As
empresas também buscam trabalhar no simbólico das pessoas. O profissional quer
estar na empresa porque “ela é uma das melhores para se trabalhar”, isto gera
status, ou seja, as empresas também buscam ter importância simbólica para ser
objeto de desejo. Na verdade, as empresas têm inveja destas organizações que
naturalmente e comunitariamente são um grande objeto de desejo.
Mas
ao contrário do que se possa imaginar, a escola de samba não é uma balbúrdia
aonde qualquer um faz apenas aquilo que gostaria. Elas conseguem no fundo ser uma
espécie de caos organizado. Ela, na verdade, é uma estrutura muito rígida: tem
uma dinâmica hierárquica muito forte com regulamento e regimentos internos e só
pode ser assim para conseguir os resultados. E no fundo é o que muitas empresas
buscam: ter lucro, ser uma empresa bem vista no mercado, em que as pessoas
trabalham alegres e felizes, com aderência e interesse.
O
interessante deste processo é que o planejamento de uma Escola de Samba é
bastante participativo. Não é só planejar, é envolver e comprometer as pessoas
com o processo em si. Não adianta fazer um samba-enredo muito bonito, se não
tiver apelo para seu público, que são os grandes clientes de uma escola. Por
outro lado, é preciso "vender" isto para as pessoas que vão
participar do desfile e que vão compor a escola. O que as escolas fazem nada
mais é do que satisfazer as necessidades do seu público externo e interno, e as
fazem com grande competência.
Fonte:
RH Central.
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