Às vezes
defendo a indissociabilidade do ser humano na vida pessoal e profissional,
embora existam limites para ambos. É difícil acreditar que alguém possa ser
diferente utilizando-se do mesmo corpo e da mesma mente, repletos de vícios,
hábitos e histórias.
É
praticamente impossível separar os ambientes, assim como é no trabalho, é na
vida pessoal. Ambos demandam por cobranças, responsabilidades, avaliações,
objetivos, metas, problemas e conflitos de toda ordem, negociações o tempo
todo.
Todos
os dias, a despeito da infinidade de problemas que surgem com frequência em sua
vida, o ser humano tende a vestir a máscara da hipocrisia ou aquilo que os
psicólogos chamam de máscara social. Embora não seja tão feliz no trabalho
quanto gostaria, é preciso fazer de conta que sim.
A
mente humana não está preparada para ver apenas o lado bom das coisas nem para
se render diante dos fatos que parecem óbvios, e para os quais se exige uma boa
dose de humildade.
Por
conta disso, a maioria sai de casa imaginando o que fazer para evitar encontros
desagradáveis com o chefe ou para terminar aquele projeto que há mais de um mês
foi solicitado ou ainda quando encontrar o colega com o qual não possui
afinidade.
Se
“somos aquilo que fazemos repetidamente”, a principal preocupação das pessoas é
concentrar energia no sucesso e nos defeitos alheios, não importa o ambiente
nem o quanto alguém trabalhou para chegar lá.
Por
vezes, a capacidade de discernimento e a tendência ao pré-julgamento é o que
prevalece e, na prática, as pessoas se tornam muito competitivas, o que as
impede de reconhecer o esforço alheio.
O
mundo espera muito de nós, portanto, é necessário manter-se fiel ao nosso
elemento de vida, a verdade. Quando você se mantém fiel a si mesmo e a
consciência está em sintonia com o seu coração, as decisões fluem com mais
naturalidade e senso de justiça. Neste caso, não importa o campo de batalha.
Sabe-se
que é difícil ser justo e manter a tranquilidade sob pressão, quando o emprego
está em jogo, as contas estão vencidas e a família está desunida. Poucos foram
educados para enfrentar as adversidades com equilíbrio e serenidade. É fácil
dizer o que fazer, difícil é vestir a carapuça.
Não
há como separar o lado humano do profissional. O que muda é a percepção do ambiente,
a forma como abordamos determinados assuntos e o limite que tentamos impor a
nós mesmos a fim de conservar o caráter e a reputação em ambientes distintos,
mas complementares.
Os
diferentes papeis que todos assumem na sociedade são representados por uma
única pessoa. O equívoco da maioria está no fato de querer utilizar as mesmas
competências para papeis distintos.
Depois
de alguns anos (risos) de vida e muitas marteladas na cabeça, posso dizer que
aprendi um bocado nesse mundo corporativo, motivo pelo qual divido com vocês
algumas dicas que podem ajudá-lo a equilibrar os dois lados.
Leia
e reflita. Leva tempo para descobrir o quanto somos ricos e de vez em quando é
necessário resgatar de dentro da alma aquelas habilidades que nem sabemos que
estavam lá adormecidas. É impossível ser feliz em tudo, mas é possível ver em
tudo um pouquinho de felicidade.
- Você conhece milhares de pessoas, mas conta nos dedos aqueles que pode chamar de amigos. Não existe esse negócio de amigos na vida pessoal e amigos no trabalho. Amigos são amigos e ponto final, no trabalho ou fora dele.
- O ser humano é indissociável, portanto, as emoções da relação pessoal e profissional estão intimamente ligadas; procure equilibrar os dois lados, ambos precisam de você.
- Mais importante do que a pressão exercida no trabalho, acredite, existe vida fora dele. A família te espera em casa de braços abertos, desde que você adote na íntegra o conceito de família; para onde você corre quando perde o emprego?
- Não seja prepotente nem deixe que a fama lhe suba à cabeça. Quanto maior o cargo, maior o tombo, mais difícil a recuperação. Poucos estão preparados para recomeçar a caminhada depois de perder o crachá, o plano de saúde, o vale-refeição e o sobrenome da empresa; no fim das contas, o que conta mesmo é o seu sobrenome de nascença.
- Trate bem as pessoas, independentemente do nível hierárquico. Em cargos de liderança, se tiver que demitir alguém, seja direto, gentil e transparente, mas não tripudie, é um momento difícil para ambos, a menos que você seja desprovido de hormônios.
- O mundo corporativo sobrevive sem você, portanto, não o carregue nas costas nem se deixe escravizar por uma quantia de dinheiro que nunca será suficiente para compensar o tempo e a saúde que você perde enquanto tenta provar para a família e o chefe o quanto você é capaz.
- Relaxe e aproveite cada momento: pare de sofrer por coisas sobre as quais você não tem o menor controle, ou seja, pare de sofrer por antecedência; quem sofre antes do necessário sofre mais do que o necessário, já dizia Albert Ellis; entretanto, quando estiver a serviço de alguém, dê o melhor de si, seja leal, seja íntegro e aproveite cada momento para se aperfeiçoar.
Pense
nisso, sofra menos, seja mais humano, mais ativo, constituinte e criador do
mundo, seja bem mais feliz!
Fonte de Pesquisa: Jerônimo Mendes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário