Provavelmente, hoje, a maioria das empresas já festejou o Natal
com seus colaboradores. Sou capaz de apostar que, com poucas exceções, as ações
não ofereceram nada de muito original, quer ver?
·
Distribuição de Cestas de Natal para os funcionários;
·
Distribuição de brinquedos para os filhos dos funcionários,
conforme as faixas de idade;
·
Concurso entre as áreas, com prêmios para a mais bonita ou
criativa Árvore ou Enfeite de Natal;
·
Churrascada ou jantar de confraternização, com troca de presentes
do "Amigo Secreto" - depois de resolvida o eterno dilema: com ou sem
a presença dos cônjuges?
Acertei? Pois é, como eu disse: nada de muito original. Não que as
Cestas de Natal não sejam bem-vindas, assim como os brinquedos. Também não
estou dizendo que os concursos internos não sejam motivadores.
O que hoje gostaria é de lembrar às empresas e particularmente aos
responsáveis pelas políticas e práticas de Gestão de Pessoas que o mundo
organizacional e as relações capital/trabalho estão mudando e que, portanto,
está na hora de mudarmos também algumas formas e fórmulas antiquadas de buscar
a boa qualidade do clima interno nas empresas.
Do modo como essas comemorações são tradicionalmente feitas,
lembram muito aqueles abraços e beijos automáticos e ritualísticos que são
trocados em reuniões e encontros formais: são dados de acordo com o figurino,
mas sem um pingo de emoção verdadeira, de afetividade, de calor humano
autêntico. É um mero atendimento da etiqueta. Tenho a sensação de que são assim
essas comemorações de fim de ano na maioria das empresas. Com algumas honrosas
exceções, essa festividade é vista e realizada apenas como mais um item a ser
cumprido dentre vários outros da política social da Gestão de Pessoas.
Muito bem - e qual é a proposta?
A proposta é inovar, criar, surpreender e encantar o colaborador
com atitudes, ações e programas que possibilitem a manifestação de emoções e
sentimentos verdadeiros. Que tenha a cara de um caloroso encontro de pessoas.
De gente festejando gente, sem discursos ensaiados de chefes no intervalo da
música da churrascada ou após a sobremesa do jantar.
Fico
imaginando coisas nada revolucionárias, mas certamente incomuns, como, por
exemplo, o presidente de empresa - que muitos colaboradores
nem conhecem, nunca apertaram a mão ou com quem nunca trocaram uma palavrinha -
fico imaginando esse homem “poderoso” passeando informal e descontraidamente pelos
corredores dos escritórios, parando um pouco nas portarias, no almoxarifado, na
enfermaria, nas filiais de vendas e cumprimentando todo aquele pessoal que
defende sua empresa e que, quando pode, faz a alegria dos acionistas.
Bem....Mas
voltemos ao tema inicial deste artigo, com uma pergunta para a reflexão do
leitor: será uma polpuda Cesta de Natal, um atraente brinquedo para o filho,
uma farta churrascada ou um lauto jantar na última semana do ano que vão fazer
desaparecer ou ao menos cicatrizar as feridas abertas durante as 47 semanas
anteriores?
Solidariedade,
generosidade e alegria não deveriam ser marcas registradas apenas do Natal.
Para os corações de boa vontade, que sabem o valor dos gestos de afeto,
amizade, consideração e reconhecimento, o Natal é todo dia - como todo dia é o
Dia da Secretária, Dia dos Pais, da Criança, dos Namorados e todos os demais
para os quais você não precisa comprar diariamente nenhum presente: basta um sorriso
amigo, uma palavra de apoio, um gesto de solidariedade - se puder, temperados
com carinho e bom humor.
Não
me perguntem o que as empresas poderiam fazer para comemorar, de forma
criativa, o próximo natal. Mais do que os neurônios, o coração dos
profissionais de Gestão de Pessoas pode responder - ou, quem sabe, do próprio
presidente da organização.
Só
não vale dizer que não dá mais tempo para mudar os planos.
Um
Feliz Hoje para todos!
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