Você
conhece alguém, que se não estiver perto de um celular ou de um laptop para se
conectar à internet fica muito nervoso? Ou que vive sempre ligado nesses
dispositivos tecnológicos? Ou ainda que entram em um estado de quase pânico
quando a bateria do celular está acabando e não há como carregar naquele momento?
Porque, certamente, este alguém sofre do que é conhecido como a síndrome FOMO.
FOMO
vem da sigla “Fear of Missing Out”, que significa algo como "O medo de
perder alguma coisa”. O Brasil tem uma das maiores penetrações de smartphones e
existem muitos viciados que não sabem ainda o que são. Estima-se que as pessoas
com smartphones, consulte o telefone 150 vezes por dia.
Nos Estados
Unidos e na Inglaterra, um estudo recente lança alguns números enormes: 56% dos
entrevistados disseram ter medo de perder coisas importantes nas redes sociais
se não for consultar. Vinte de sete por cento, a primeira coisa que fazem
quando acordam é verificar as redes sociais. Vinte e seis por cento estão
dispostos a desistir de coisas como trilha ou deixar de fazer um bom passeio em locais isolados para não perder o
acesso nas redes sociais.
Nós
não podemos estar em todos os lugares ao mesmo tempo, e isso é um problema,
porque aqueles que tentam inevitavelmente caiem em frustração e ansiedade que
são as consequências imediatas de FOMO - medo de perder alguma coisa.
As
redes sociais com atualizações em tempo real, como o whatsapp, Twitter e
facebook pelo celular, fomentam a
“Fomo”, não deixando a pessoa se desligar das atualizações alheias.
O
problema é que o indivíduo acaba não aproveitando efetivamente nenhuma
atividade que está fazendo.
Pessoas
assim possuem a necessidade de estar constantemente 'ligado' à Internet,
porque, caso contrário, se sentem excluídos dos eventos que ocorrem ao seu
redor, portanto, não tendem a se concentrar em absolutamente nada (incluindo o trabalho) que fazem, ou em
quase nada.
Os sintomas mais comuns desta síndrome
são:
·
Verifica
constantemente as redes sociais e continuamente verificar se há atualizações de
seus contatos.
·
Não
“desgruda” do celular, pois sempre está
à espera de uma chamada ou mensagem.
·
Verifica
o e-mail a cada ½ hora.
·
Checar
mensagens no celular no cinema. As pessoas não podem, não conseguem ou não querem
ficar desconectadas pela eternidade da duração do filme.
·
Enviar
mensagens com frequência para estar ciente dos planos de amigos e familiares.
Estar em uma reunião e sentir ansiedade de ser perdido o que acontece em outros
lugares.
FOMO
é apenas o novo nome para algo que existe já há tempos. Se é ou não um problema
para o usuário, vai depender de com que frequência ele se conecta, se isso tem
provocado prejuízos físicos, sociais, emocionais ou profissionais e também a
percepção de exagero das pessoas que o cercam.
A
FOMO agora começa a fazer cada vez mais parte de nossas vidas e permear nossos
relacionamentos. Esse vício por informação e essa irritabilidade, ansiedade e
indecisão, querendo sempre fazer parte de tudo que acontece por medo de estar
perdendo tempo ou fazendo escolhas erradas levanta o questionamento sobre qual
o resultado final disso tudo. Será que algum dia vamos alcançar a maturidade em
nosso relacionamento com a tecnologia e as redes sociais? Ainda é cedo pra
dizer e não se sabe ao certo quais os efeitos de tanta informação no nosso dia
a dia. Mas não se pode negar que você aproveitava bem mais sua vida quando não
ficava o tempo todo preocupado com suas redes sociais ou querendo fazer parte
de tudo que acontecia.
Ainda
que haja controvérsia mesmo sobre o uso abusivo da internet. Nem todos os
profissionais classificam o comportamento como vício. Um dependente químico
precisa se afastar das drogas, mas quem abusa do tempo na internet não pode eliminar
completamente o computado. Simplesmente porque estamos em 2014. Nessas
situações, o objetivo tem de ser o equilíbrio. A dependência de internet é
comportamental, como a de sexo, de jogo e a de compras. E como seria a de se
manter sempre atualizado.
Caso
o autocontrole não funcione, o ideal é procurar algum tipo de terapia. O
profissional é quem pode indicar um eventual tratamento psiquiátrico
complementar, com medicação, se for o caso. A dependência de internet é um
fenômeno historicamente novo e não ainda não há pesquisas o suficiente para
aproximar os especialistas de certezas.
Outra
questão muito importante que pode estar ou relacionada à FOMO, é a necessidade
de aceitação perante a sociedade, isto é, pessoas vibram ou se frustram de
acordo com a quantidade de likes que recebem em uma postagem. Tudo isto tem
haver com problemas autoestima e de autoaceitação.
A relação
familiar “olho no olho”, praticamente está extinta, e isto é triste...Muito
triste.